segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Entradas e Saídas.


Vou escrever aqui um relato pessoal sobre a trupe, sua dinâmica, saída e entrada das pessoas. Com mais de nove anos de projeto, a trupe já teve mais de 50 artistas se apresentando. “O Teatro Mágico” era o nome do CD solo de Fernando Anitelli, que naquele momento, chama outros artistas para acompanhar as apresentações. O arranjo das músicas, letras, a concepção da apresentação como um todo foi pensada por Fernando, com a contribuição de colegas que nem se quer estavam no palco (ex: Danilo Souza). No entanto, após 3 anos de shows, Fernando decide abrir mão de seu nome pessoal para formar uma companhia artística, ou seja, apesar do autor dirigir , achou por bem nomeá-lo de “O Teatro Mágico”, abrindo mão de seu próprio nome, acreditando que assim representaria melhor o show, e também o projeto que possuía outros artistas que o protagonizavam.
Muito tempo se passou, pessoas saíram, pessoas entraram, algumas decidiram se retirar do trabalho, algumas foram retiradas. Tivemos problemas de todas as ordens, como qualquer outra organização que envolve muitas pessoas. Vou me concentrar nos últimos episódios que cercam a trupe.
Recentemente estamos observando uma agitação clara na rede reivindicando a presença alguns integrantes em shows. Sempre tivemos uma variação de artistas, principalmente circenses, mas essa agitação diz respeito a dois integrantes, especificamente.
A saída de pessoas da equipe é sempre uma derrota para todos nós, seja qual for o motivo. Aqui, não citarei pessoalmente ninguém pela saída, aqueles que esperam por resposta sabem de quem escrevo, não transformaremos o projeto no “barraco mágico”, caso este seja o desejo de alguns, a melhor saída é assistir uma novela mexicana mesmo, nosso projeto leva poesia, amor e música para as pessoas, confusão e brigas não fazem parte dos nossos anseios artísticos e humanos.
Tivemos problemas de ordem artística e profissional com dois de nossos colegas, o que levou ao afastamento temporário destes. Não tínhamos definido a saída dos mesmos até então. Sentimos a necessidade do comprometimento das pessoas com a criação para o andamento da trupe artisticamente. A carga de pensar nas músicas, nos shows,  nas letras e tudo sempre esteve nas costas do Fernando, porém, cada vez mais necessitávamos agregar artistas que pudessem somar para que o projeto nunca caísse na mesmice, tocando as mesmas músicas, falando as mesmas coisas.  Hoje, temos como tarefa construir pontos como: 1. letras, 2. músicas , 3. arranjos,  4. concepção do show,  5. cenas teatrais , 6. figurino, 7. iluminação, 8. filosofia geral do projeto, 9. filosofia política, 10. concepção e construção de carreira, entre outros diversos pontos. Em todos estes itens anteriores, o TM sempre foi uma referência de inovação, mas para continuar sua caminhada mantendo uma qualidade, surpreendendo seu público e o reencantando, se fez urgente a soma de cabeças, não mais deixando tudo sob absoluta responsabilidade de Fernando.  Neste sentido; a inovação, a busca pelo novo, a pesquisa sobre a cultura popular brasileira, as lutas sociais no Brasil enfim, todos estes elementos essenciais para a sobrevida do projeto deveriam ser assumidos por todos, e não somente por alguns.
O mais engraçado de toda essa história é que tem gente que NUNCA apresentou nenhuma ideia, nenhuma letra, música ou qualquer coisa parecida para construir com o que chamamos de O Teatro Mágico, e ainda assim, na hora que não é escalado, constrói no público a ideia de que O Teatro Mágico esta perdendo sua essência… Que essência? Porque nunca a apresentaram antes? Essência é se apresentar e tirar fotos com o público? Desculpem, mas o TM é muito mais que isso!
Respeitamos a limitação de alguns, mas nestas horas o comprometimento com o público não é ficar de conversinha no facebook ou tirar fotos como quem é celebridade, pra gente a arte é central,  nossos anseios humanistas e todas as nossas ideias são importantes demais para nos resumirmos a uma banda com reconhecimento, isso para nós é muito pouco, para o nosso público é muito pouco, o dia que nos tornarmos apenas isso… Aí sim, perderemos a essência!
Também tivemos problemas de ordem profissional; desrespeito nos horários, falta de compromisso com instrumentos, e até com o público, descumprindo alguns códigos de ética moral na relação com o mesmo;  um exemplo claro disso é como alguns de vocês que estão lendo esse texto agora já foram abordados por alguns integrantes ou ex integrantes para falar mal do projeto nas redes. É também engraçado como estas mesmas pessoas não dão a cara para se expressar abertamente, se escondendo atrás do público, brincando com o mesmo, fazendo as pessoas de fantoches… Será que eles são a essência d’O Teatro Mágico? Será que isso é O Teatro Mágico?  Não! Nunca foi e nunca será!
Para aqueles que admiram nosso projeto e acompanham a trupe, nossos anseios moram na constante evolução musical, artística e humanista. Somos inquietos no caminho de um projeto independente que NUNCA se rendeu a grande mídia ou gravadoras, estes tiveram que nos aceitar, pela qualidade do projeto e pelo seu público militante.
Neste sentido, gostaria de me desculpar com aqueles que avaliaram que deveríamos ter feito uma saída mais transparente das pessoas. Vocês tem razão e tem todo o direito de dialogar conosco, estamos aqui para uma conversa fraterna e franca. Nós mesmos não soubemos como lidar, até porque alguns destes integrantes se quer vieram conversar conosco, não nos dando margem para contornar o problema e modo que ninguém precisasse romper com o projeto. Mas quando o objetivo é a intriga e a confusão, infelizmente restam poucas ferramentas de entendimento, nós definitivamente não queremos ser reconhecidos por vocês  através destes elementos, e nos esforçamos ao máximo para evitar este tipo de coisa, mas infelizmente nossos esforços diplomáticos não estão surtindo efeito.
Acredito que devemos sim apresentar melhor as pessoas que estão chegando para por um ponto final nesta história, na quinta feira às 20h falaremos via twitcam sobre estes acontecimentos.
Também  gostaria de preservar ao máximo o nome daqueles se retiraram do projeto, sem fazer uma batalha campal, é difícil para todos e infelizmente muitas vezes a relação se desgasta,  eu sinceramente gostaria até que estas pessoas voltassem logo mais, para isso peço a contribuição de vocês para a não transformação dessa história numa grande guerra que só fará mal a todos os envolvidos.
Por fim, peço a colaboração de vocês que sempre acreditaram no TM, passamos por um momento de mudanças e a família Anitelli, em especial, passa por um período muito difícil, achamos inclusive desumano a postura de alguns ao causar intrigas num momento tão delicado para nós, mas como diria o poeta… A poesia prevalece!

Gustavo Anitelli, coordenador geral da CIA Artística “O Teatro Mágico”

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